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Mostrando postagens de janeiro, 2013

É tempo de metamorfose

Cena do filme argentino Medianeras (2011) de Gustavo Taretto E quando a vida se apresenta insípida, sem viço e sem cor, permanecemos como manequins inertes por detrás de uma vitrine, a claustrofobia é inevitável.  O peso do vidro, dureza e quase invisibilidade nos faz recuar. O medo do que se vê e a indecisão pelo incerto nos faz sofrer pelas amarras. Por mais que saibamos que não há certezas, não se quer perder o pouco de conforto teoricamente conseguido. Então, os caminhos aparecem à revelia, a vida empurra nossos pés para segui-los, que andam frenéticos e nem nos damos conta.  Quando se atenta para o que eles fizeram, a decisão já foi tomada. É preciso aceitar a verdade. Agradecer o novo. A vida não espera convite. É tempo de metamorfose.  Carola

À Natasha

                                                                                                                                      Por Diego Diniz* (por ter me apresentado Sylvia Plath) Queria chorar, mas não consigo. Queria minha vida dilacerada e teu nome tatuado no meu punho esquerdo, mas não sou tão panaca. Eu queria em primeiro lugar saber teu nome para depois entregar tudo nas mãos da Loucura. Saber teu nome acho que sei, pelo menos era Natasha. Mas do que adianta nos dias de Zuckerberg, Jobs & Associados saber só o nome e não te ter “add’ em canto nenhum?  - “Não é assim que as coisas funcionam mais, Natasha.” - “Não vou confiar em você enquanto você não fizer um feice.” Lembra disso? Lembra que eu também não sou nenhuma puta para tu me procurares quando der na telha? Lembra? Foda-se, é o que eu digo.   Foda-se, foi o que disse quando te vi dobrar a esquina sozinha, sem cigarro aceso para espantar as prováveis panteras da meia-no

HAROLDO MARANHÃO: MINICONTO INÉDITO

Foto de Haroldo Maranhão retirada do site www.releituras.com Um pouco na esteira de publicar sobre Literatura de várias modalidades e gênero s, escritores que amo, livros , resenhas, projetos de leitura, vídeos , intertextos, conexões entre literatura e outras artes e E spasmos de toda ordem, trago como u m brinde de início de ano um miniconto de Haroldo Maranhão.  Este que é uma das referências d e literatura na Amazônia, mas pouco conhecido em sua terra. Muito mais aclamado e estudado em outras regiões do Brasil , infelizmente.  Ele foi jornalista de profissão, desde os 13 anos no jornal da família , o histórico Folha do Norte . Foi romancista, contista, cronista e prosador como poucos, com vasta bibliografia e prêmios pelo país . Teve as obras publicadas na Tcheco slováquia, Portugal, Estados Unidos , entre outros. Para os que não conhecem, uma parte da bibliografia:  Romances - A morte de Haroldo Maranhão   –  1981, GPM (Pr ê mio União Brasileira dos Escritore

Entre chuva, café e Amy

Coffe with headphones by Mandi Ainsworth Começo o ano num semissono. Hoje é a primeira sexta-feira de 2013 e todos estão ansiosos pelo fim de semana, menos eu. Vejo os dias seg uirem lânguidos e vagarosos, como se a vida demorasse para começar. As pessoas com que queremos passar o fim de semana em euforia, ainda anestesiadas pelo placebo que é a esperança de um ano novo. Não querem acreditar que a mudança não ocorre com novos meses e sim com novas atitudes que podem surgir em qualquer dia de qualquer ano e me enquadro neste plural.    Belém tem amanhecido com chuva e está me aviva o sonho, cada dia com mais sentido, como se o “não estar no mundo” de Cecília Meireles significasse mais em meu cotidiano. Assim me mantenho viva. Meu café pequeno ativa as ideias para que o sonho come ce a ter gosto de realidade, de prefer ência quente e saborosa.   E Amy Winehouse vem alimentar meus dias de música e perpetuar minha nostalgia, ingrediente necessário para escr