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Mostrando postagens de dezembro, 2009

E quando a noite vem

Cena de Dreams de Akira Kurusawa Um dia ele apareceu com o mesmo sorriso de sempre, falando alguma besteira incompreensível naquele momento. A felicidade em que estava embebida desnorteou-a num semiestado de alucinação. Buscou compreender como poderia ser tão feliz, não, não ouvia nada, mas aqueles olhos brilhantes, esverdeavam o espaço e aquele corpo franzino enchia o vácuo: seu coração, o não lugar. Uma sala era aquilo, pintada em tintas turvas, sem contornos, por entre sombras. Sobras que queria provar, seu destino foi o lixo, foi a terra, se vem dela e se volta a ela. A insanidade daquele momento não foi compartilhada por todos, nem poderia, o estado era unicamente seu e o todos se fez cenário, teatro de sombras. Caso fosse uma máscara, estaria descortinada e a cara do ator estaria nua. Como saber?  Foi ele ou foi Deus? Mas ela teve um dia iluminado, por aquele sorriso, por aqueles olhos cansados e belos. Carola Crédito da imagem: Frame de  Filme "

Escrever dói

Depois de postar um poema que por si só já entrega o seu teor, esqueci de como é necessário tentar sempre, de fato me acovardei, colocar suas construções lexicais e sentimentais em um espaço público é doloroso, pois a cara fica livre para bater, para ser cuspida, seu ego pisoteado e o escárnio se mostra próximo. Arte de Karin Lambrecht Fiz questão de procurar esse caminho que me foi tão empolgante de trilhar à primeira vista, mas tão arenoso de continuar...retorno a ele como entrei, como uma andarilha distraída, que solta suas palavras-semente ao vento para que sejam fecundadas, em parte só, em parte por todos. Quero que elas floresçam e que seus frutos alimentem quem tem fome de leveza, quem não tem medo de ser ameno. E nas horas de caos, encontrem uma artilharia que pode ser usada para saciar seus tormentos. Em suma, quero dividir, compartilhar o que tem de belo e podre dentro de meus espasmos literários. Carola