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Mostrando postagens de março, 2011

Chronos II

Às vezes não temos tempo de parar e viver as coisas, parece que a vida anda em um compasso que não conseguimos alcançar, movimento alucinado de carros, pessoas, buzinas, semáforos, elevadores, comida, escada, fast-food , cerveja, banhos, café, pó compacto, tanta coisa ao mesmo tempo, tanto tempo na mesma coisa, não sabemos nos situar, queria apenas contemplar aquele pôr do sol de ontem...  Espaço atravessado por tarefas, tarefas englobadas de obrigações, estas engolidas pelo tempo.         Coisas sendo ressignificadas a todo instante, na hora de parar e dormir o cérebro continua correndo, parece que nem dormimos, sinto-me no ontem, não consigo viver no hoje. O dia começa no estado de dormência e não há quem nos acorde do sonho, por vezes pesadelo diurno. Anestesia noturna. A vida segue em slow , quadro a quadro, porém, inequivocamente veloz. O ritmo desesperador nos faz cúmplices desse tal de Chronos. Ele insiste em correr à revelia. Enquanto nós, atordoados. Ora flâneur , o

Chronos I

nada mais etéreo  que o escorrer do tempo partícipe da tristeza veloz na euforia cânticos contigo mareia minha alegria pobre de mim que de podre alma fiz reluzir minh’agonia nas travessas de teu correr ruas mornas ah, vem idas de meu viver Carola

Papel de Poema

papel  de poema siga-me com seu dilema meu destino seu problema sua prosa minha trema nosso Rosa na extrema então, linha vértice decassílabo impulsivo sôfrego estilo ardil cruel desatino          um simples ponto                                             no final                                                                             Carola

Fazei de mim seu escravo, um só corpo, um só espírito

Aquele clichê básico de que no Brasil o ano só começa depois do  carnaval é mentira! A questão é que se é mais feliz depois desta festa máxima da luxúria (adoro?), nela esta embutida toda a capacidade de dizer-fazer-se-arrepender das maiores merdas que não se faz o ano inteiro.  A culpa cristã aflora de todos os poros lacrimejantes do corpo e durante a dieta quarentena nos faz arrependidos de ser tão inconsequentemente felizes. Após estes rápidos e demoníacos dias n ão nos envergonhamos das bebedeiras lascivas, dos casos relâmpagos com a pureza de anjo decaído, das brigas e blasfêmias proferidas que verdadeiramente não fazem o menor sentido, das juras de amor eterno de um dia, da descompostura que nossa querida mãezinha ficaria boquiaberta, das quedas enamoradas e súplicas embriagadas. Ah! Carnaval: carne, aval, encarna, vendaval. Fazei de mim seu escravo, um só corpo, um só espírito. Carola