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Mostrando postagens de junho, 2011

Morte diária

Para o ser humano lembrar que está vivo busca novidades nos espelhos cotidianos veiculadores de notícias, entretenimentos e de absurdos, é de se admirar a capacidade de inovação e violência dos criadores e personagens dentro de tais espelhos.  Empregada é pega espancando neném de meses; o ministro chefe da casa civil deposto depois do cagaço político; entrevista do menino de doze anos que é preso depois do segundo assalto em menos de um mês: por que você foi preso meu filho? Por assalto, tio. Cadê sua mãe? Tá morta, foi assassinada. E teu pai? Meu pai é ladrão de banco, tá preso ele. Quem cuida de você? Sem resposta. Cada pedacinho de vida morre à medida que não acordamos diante do que nos reflete. Nos pixels das imagens, nem tão distantes e dentro de casa. A ilusão é de afastá-las com um click do controle, mas este é remoto, intermitente e a morte é diária. Carola