Há quantas luas
persistias em percorrer por este caminho obscuro e desconhecido? Pensavas que ias
encontrar um pote de ouro, maravilha de toda ordem e um pouco de paz.
Não havia beleza, vinhos ou castelos. Somente portas e mais portas não ultrapassadas, mistérios nem tão simples, desventuras.
Então, perdeste o sentido do percurso.
Ias a outras paradas e retornavas aflito a si por várias madrugadas como um desnorteado pela novidade.
Havia muito mais
a descobrir do que estes olhos traziam a ti, passeavas pelo entremeio das
palavras para tentar achá-la, mas os caminhos eram descaminhos.
Não havia beleza, vinhos ou castelos. Somente portas e mais portas não ultrapassadas, mistérios nem tão simples, desventuras.
Força centrípeta eram, eterna quimera. O que se fazia regozijo outrora, hoje se desfaz na
monotonia.
Como eram felizes naqueles dias em que estavam embriagados de fervor por toda a cidade
sem porquê.
Eram muito
mais do que corpos em baile na noite adversa, caminhavam como notas no uníssono
da vida, pares ligados pela felicidade clandestina.
Levaste-na ao
teu ninho e lá mostravas o que eras de fato, pena que não dela.
Então, perdeste o sentido do percurso.
Caminhavas por
outras estradas e a cada parada olhavas para trás na esperança de vê-la profundamente.
Ias a outras paradas e retornavas aflito a si por várias madrugadas como um desnorteado pela novidade.
Por muito pouco Alma não se fez tua morada, paravas nela inúmeras vezes em desespero por
oásis, eras alimentado e partias novamente.
Alma se via
solitária, mas substancial para outrem, seguiu várias vias também e se concretizou em
outras almas.
Nela, não se
viam mais as tuas marcas, com o tempo eras apenas memória devorada por doces
traças. Contudo, ainda buscava-na pelo brilho.
A distância
paulatinamente os tornou estranhos como que ligados por um déjà-vu. Não eram mais os mesmos, o percurso seguia outro caminhar – e a cada horizonte avistavas-na como um farol que longe brilhava.
Ela, por
fim, obstinada sentenciou: segue desbravando tuas veredas sem olhar para a
claridade, os caminhos que aqui procuravas já não pertencem à tua rota.
Por fim, calaste sem resposta à última pergunta vinda de algum lugar:
que caminhos deverias ter seguido até chegar à Alma?
Carola
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