Lembro-me de um réveillon que entre muitos afagos, sorrisos e desejos emocionados de felicidade, um rosto me chamou a atenção. Não era triste, feliz ou ébrio. Era apático. Não quis socializar ou oferecer um sorriso para os seus amigos ou família. Apenas pegou sua bebida e admirou os fogos, sem manifestar nenhum sentimento.
Aproximei-me e perguntei: - Neto, porque estás com essa cara? Não vais abraçar a tua esposa, teus amigos?
Ele olhou para mim e disse: - Tenho o ano inteiro para fazer isso.
- Tens, claro que sim, mas agora nós estamos reunidos e tu te afastaste de todos, por quê?
Ele então me olhou meio sarcástico e disse: - Eu acho uma besteira esse negócio de réveillon, todo mundo se abraçando só porque o ano está terminando e achando que ano que vem vai ser diferente. Não vai mudar nada. O trabalho vai ser o mesmo. A vida vai ser a mesma. E saiu.
Realmente "o formato da desesperança", mas gostei do que ele disse: "Tenho o ano inteiro para fazer isso".
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