Muitos podem pensar que esta é uma mera tribo, de fato foi. Essa já é uma época passada, mais que um tempo, é o meu estado. Os moradores dessa tribo, que hoje já pode ser considerada Aldeia deixam uma pessoa anormal perplexa (imagine uma normal!) e digo o porquê. Os anormais pensam, dizem alguns, pois não têm nada melhor para fazer, já que cabeça fértil é terreno para o diabo, tento não sucumbir enquanto o Padre Gatinho, sucesso entre as beatas de plantão é escutado por todos no volume máximo.
Mas acho que o Diabo é um bom agricultor.
Toda a Odisseia começa ao acordar e não e preciso descer muito para chegar ao inferno, nesta história Dante não ia dar nem para o começo: a loucura começa ainda nos sonhos, quando o martelar do brega cutuca o inconsciente e quatro versos, nada mais que isso, te assustam e acordas sobressaltado. O mesmo verso repetido trezentas vezes não te deixa em paz, mas tudo pode piorar: quanto mais capcioso mais sucesso faz. Bocas de todas as idades e credos repetem ao modo zumbi, uns para usar de exemplo na hora da pregação e outros para cantar no cangote da sua moleca na frente de um automotivo sonoro junto das suas galeras.
Bom é ver uma criança que ainda balbucia dissílabos randomicamente cantando no colo da mãe, que repete tal música tão alucinada quanto. Mas nessa Aldeia, o brega é terreno de paz... por mais que alguns risquem facas e faces na disputa para ver quem tem o som mais, mais alto, a "música transforma" e todas as artes querem chegar a ser música, né Croce? E quem não tem som, caça com gato? Não! Contente-se em fazer o treme-treme e aguentar até que a festa, música e tudo acabe.
Aniquiladamente feliz no país chamado Jurunas.
Carola
Tecitura prosáica afinada com o corpo da cidade. Parabéns pelo texto. Seu primeiro Seguidor, Rádio Web UFPA
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