Não, meu senhor, não lhe devo um e cinquenta! Já falei que não devo. Mas, meu senhor, passei ontem lá por trás do cemitério, à noite, bem antes de chegar na Guerra Passos, pois tava voltando pro Guamá e a moça falou que era pra eu vir buscar o dinheiro da passagem aqui, pois tinha sido assaltada na frente do cemitério Santa Izabel, sabe como é, perto do dia de finados "us menino" ficam demais, fazem assalto com antecedência, pra não perder o feriadão. Mas eu não tenho mais filha... Senhor, eu não tenho nada a ver com briga de família e a moça era a sua cara, cuspida e escarrada, não tem nem como dizer que é filha do vizinho, é sua mesmo, não dá pra negar! Ô meu amigo, você não está entendendo... Claro que tô, vocês querem é me dar o calote, fala a verdade! Fosse a passagem de um táxi, tudo bem, que a bandeira dois tá pela hora da morte, mas uma passagem de Kombi, já é demais. Ainda mais uma moça bonita daquelas, bem vestida, tá certo que aquele vestido...