Cena de Dreams de Akira Kurusawa Um dia ele apareceu com o mesmo sorriso de sempre, falando alguma besteira incompreensível naquele momento. A felicidade em que estava embebida desnorteou-a num semiestado de alucinação. Buscou compreender como poderia ser tão feliz, não, não ouvia nada, mas aqueles olhos brilhantes, esverdeavam o espaço e aquele corpo franzino enchia o vácuo: seu coração, o não lugar. Uma sala era aquilo, pintada em tintas turvas, sem contornos, por entre sombras. Sobras que queria provar, seu destino foi o lixo, foi a terra, se vem dela e se volta a ela. A insanidade daquele momento não foi compartilhada por todos, nem poderia, o estado era unicamente seu e o todos se fez cenário, teatro de sombras. Caso fosse uma máscara, estaria descortinada e a cara do ator estaria nua. Como saber? Foi ele ou foi Deus? Mas ela teve um dia iluminado, por aquele sorriso, por aqueles olhos cansados e belos. Carola Crédito da imagem: Frame de...